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Ocórtex

    A camada mais externa, ou “casco”, do cérebro é o córtex. Às vezes, ele é chamado de cérebro “neomamífero”, ou neocórtex, porque se expandiu muito com o surgimento dos primatas – e, sobretudo, com o aparecimento dos seres humanos. O córtex cria mais padrões de disparos intricados que representam o mundo tridimensional, além das funções corporais e das reações de sobrevivência mediadas pelas regiões subcorticais inferiores. Nos seres humanos, a porção frontal mais elaborada do córtex permite ter ideias e conceitos, além de desenvolver os mapas de visão mental que dão um insight do mundo interior. Na verdade, o córtex frontal controla padrões de disparos neurais que representam suas próprias representações. Em outras palavras, ele nos permite pensar sobre pensar. A boa notícia é que isso nos dá novas aptidões para pensar – para imaginar, para recombinar fatos e experiências, para criar. O problema é que, às vezes, essas novas habilidades nos deixam pensar demais. Tanto quanto sabemos, nenhuma outra espécie representa suas próprias representações neurais – essa é a provável razão por que, muitas vezes, nos autodenominamos de “neuróticos”.

    O córtex é formado por montanhas e vales, os quais os cientistas do cérebro dividiram em regiões que chamam de lobos. Na imagem do cérebro, o córtex traseiro ou posterior se estende contando a partir da seta informativa, até a parte posterior do cérebro e inclui os lobos occipital, parietal e temporal. O córtex posterior é o mestre criador de mapas das nossas experiências físicas, gerando nossas percepções de mundo externo – através dos cinco sentidos – e também seguindo a localização do movimento de nosso corpo por meio do tato e da percepção dos movimentos. Se você aprendeu a usar uma ferramenta – seja um martelo, um taco de beisebol ou até mesmo um carro – pode lembrar-se daquele momento mágico em que a estranheza inicial desapareceu. As maravilhosas funções perceptivas adaptativas da parte posterior do córtex embutiram aquele objeto em seu mapa corporal, de modo que ele seja vivenciado no nível neural como uma extensão de seu corpo. É por isso que conseguimos dirigir rapidamente em uma estrada, estacionar em uma vaga apertada, usar um bisturi com precisão ou atingir um índice alto de rebatidas no beisebol.

    Examinando novamente a imagem representando o cérebro, a parte anterior do córtex, ou lobo frontal, se estende das pontas da frente até a seta. Essa região se desenvolveu durante nossa história primata e é mais evoluída em nossa espécie. À medida que passamos da parte posterior para a anterior, encontramos, primeiro, uma “faixa motora” que controla os músculos voluntários. Grupos distintos de neurônios controlam nossas pernas, braços, mãos, dedos e músculos faciais. Esses grupos neurais se estendem até a medula espinhal, onde se cruzam, de forma que fazemos os músculos do lado direito trabalharem ao ativar nossa área motora esquerda. (O mesmo cruzamento se aplica ao tato, que é representado mais para trás no cérebro, em uma zona do lobo parietal denominada “córtex somatossensorial”.) Voltando à área frontal e indo um pouco mais a frente, encontramos uma região chamada “pré-motora” que nos permite planejar ações motoras. Você pode ver que essa parte do lobo frontal ainda está profundamente conectada ao mundo físico, capacitando-nos interagir com o ambiente externo.

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