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Ocórtexpréfrontal

    À medida que subimos e avançamos no cérebro, finalmente chegamos a área que se estende da ponta acima da testa até mais ou menos abaixo da mesma próximo aos olhos. Bem atrás da testa, fica o córtex pré-frontal, que se desenvolveu em tal magnitude apenas nos seres humanos. Agora, fomos além das preocupações neurais relativas ao mundo físico e aos movimentos corporais e passamos para dentro da esfera da realidade construída através dos neurônios. Além das preocupações do tronco encefálico com o corpo e a sobrevivência, das funções límbicas de avaliação e emoção, além mesmo dos processos perceptivos do córtex posterior e das funções motoras da porção posterior do lobo frontal, chegamos às formas mais abstratas e simbólicas do fluxo de informações que parece nos distinguir como espécie.

    Nesse domínio pré-frontal, criamos representações de conceitos, tais como o tempo, a sensação do “eu” e os julgamentos morais. É aí também que criamos nossos mapas da visão mental.

Olhe novamente para a imagem do cérebro. As duas pontas exteriores representam o córtex pré-frontal lateral, que participa na geração do foco da atenção consciente. Quando você coloca algo na “frente do cérebro”, está ligando atividades nessa região a atividades de outras áreas do órgão, tais como as percepções visuais contínuas oriundas do lobo occiptal. (Mesmo quando geramos uma imagem a partir de uma memória, ativamos uma porção semelhante daquele lobo occipital.) Quando a amígdala do Sr. Antônio percebeu a cobra cascavel sem atenção consciente, esse “atalho” perceptivo provavelmente ocorreu sem o envolvimento da sua região pré-frontal. Apenas mais tarde, após ter gritado para o filho parar e sentir o seu coração disparado, é que a região pré-frontal lateral se envolveu e permitiu a ele entender conscientemente, que tinha medo de uma cobra.

    Agora, foque no centro da testa. Chegamos ao pré-frontal central, essa área tem funções regulatórias importantes que abrangem da moldagem dos processos corporais – através da supervisão da atividade do tronco encefálico – à capacitação para pararmos antes de agir, ter insight e empatia e fazer julgamentos morais.

    O que torna esta região pré-frontal central tão importante para realizar essas funções essenciais de uma vida saudável? Se olhar na imagem, terá uma ideia da singularidade anatômica dessa região: ela conecta tudo. Observe a parte da frente da testa, bem abaixo a ela estão localizados, os sistemas límbicos e tocam conjuntamente o tronco encefálico e também se ligam diretamente ao dados-córtex. Portanto, a área pré-frontal central está, literalmente, a uma sinapse de distância dos neurônios no córtex, do sistema límbico e do tronco encefálico. Ela também possui até circuitos funcionais que nos conectam ao mundo social de outros cérebros.

    A região pré-frontal central cria ligações entre as seguintes regiões neurais bastante separadas e diferenciadas: o córtex, o sistema límbico e o tronco encefálico dentro do crânio e o sistema nervoso internamente distribuído no corpo em si. Ele também liga sinais de todas aquelas áreas aos sinais que enviamos e recebemos em nosso mundo social. Como o córtex pré-frontal ajuda a coordenar e equilibrar os padrões de disparo oriundos dessas várias regiões, ele é profundamente integrador.

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